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terça-feira, novembro 04, 2008

A evolução dos Sistemas ERP



Os sistemas ERP actuais surgiram a partir da evolução dos sistemas tradicionais de gestão das necessidades de materiais (MRP – Material Resource Planning), amplamente utilizados pela indústria de manufactura desde os anos 70.

Os sistemas MRP desempenham um papel fundamental na gestão da produção. Estes sistemas calculam a quantidade de itens requisitados num dado momento com base nas necessidades de produtos finais, nas informações das estruturas de produto e nos dados de stock.

O escopo de aplicação dos sistemas MRP tradicionais foi expandido, no início dos anos 80, com a inclusão de novas funcionalidades que estenderam a sua abrangência da gestão de materiais para a gestão dos recursos de manufactura.

Esses novos sistemas, mais amplos, passaram a ser chamados MRP II (Manufacturing Resource Planning). O MRP II inclui, além do cálculo da necessidade de materiais, funções como o planeamento de vendas, o cálculo da necessidade de capacidade em vários níveis e o controlo da manufactura.

A necessidade de maior integração entre os dados de gestão da manufactura e os dados de outras unidades funcionais das empresas, principalmente com relação às informações dos departamentos financeiro e de contabilidade, impulsionou a expansão dos sistemas MRP II, no final da década de 80.

Os sistemas MRP II foram, então, acrescidos de novos módulos integrados aos módulos de gestão de recursos de manufactura. Foram desenvolvidos, por exemplo, módulos de controlo, de gestão financeira , de compras, de apoio às actividades de vendas e de gestão dos recursos humanos.

Esses novos sistemas integrados, capazes de atender às necessidades de informação de diversos departamentos e processos de negócio das empresas, passaram a ser chamados de sistemas ERP.

Os sistemas ERP evoluíram rapidamente nos últimos anos, de forma que os ERPs típicos adquiriram as seguintes características básicas: arquitectura cliente/servidor, independência de plataforma e apoio integrado a todas as principais áreas funcionais das organizações.

Actualmente, os fornecedores de sistemas de ERP continuam a expandir os seus sistemas com novos desenvolvimentos, aquisições de sistemas especializados em determinadas funcionalidades e parcerias com fornecedores de soluções complementares.

Além da inclusão de novas funcionalidades, outras tendências de evolução dos sistemas ERP apontam mudanças na arquitectura e no conteúdo dos aplicativos. Algumas dessas mudanças encontram-se em estágio adiantado de desenvolvimento e já estão sendo incorporadas por fornecedores mais avançados, enquanto que outras ainda são incipientes.

O impacto da inclusão de novas funcionalidades e das tendências de evolução dos sistemas ERP pode ser examinado segundo as três dimensões utilizadas pelo Gartner Group para a análise de aplicativos empresariais: o foco de negócios, o tipo operacional e o segmento vertical (GARTNER GROUP, 1998).

O foco de negócios varia do back office (funcionalidades que apoiam as actividades tipicamente internas de uma empresa) para o front office (funcionalidades voltadas para o meio exterior). O tipo operacional varia do apoio à transacção (operacional) para o apoio à decisão (analítico). Finalmente, cada segmento vertical tem as suas particularidades.

As novas funcionalidades de CRM, recentemente incorporadas nos ERPs, e o desenvolvimento de portais (EIPs – Enterprise Information Portals) indica que o foco de negócios dos sistemas ERP está evoluindo em direcção às funcionalidades de front office. A inclusão de ferramentas de Data Warehousing, por sua vez, indica a evolução do tipo operacional em direcção ao apoio à decisão. Já o desenvolvimento de aplicativos para segmentos verticais sinaliza uma clara tendência em relação à especialização dos sectores.

Dessa forma, pode-se observar que os sistemas ERP, até então aplicativos genéricos voltados para o apoio operacional de actividades de back office , estão a tornar-se num conjunto de aplicativos especializados por segmentos verticais, englobando também funcionalidades de front office e recursos analíticos.

Com relação à aplicação dos sistemas ERP, as estruturas estão a ser utilizadas pelas organizações como a grande base de dados corporativa dos sistemas de informação das empresas. Tal tendência significa que os sistemas ERP estão a tornar-se a “espinha dorsal” dos sistemas de informação das empresas. Consequentemente, esses sistemas estão a estabelecer uma plataforma comum para as várias tecnologias actualmente utilizadas pelas organizações.

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