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quarta-feira, novembro 23, 2011

Meritocracia: precisa-se! (para recordar)




Estando atento aos diversos acontecimentos da nossa sociedade, política e economia, parece-me, infelizmente, muito actual e presente o discurso de Nicolau Maquiavel de alerta ao povo para os perigos da “tirania”.

Ele escreveu na sua obra mais mediática, "O Príncipe", "...porém, a maneira como se vive está tão afastada da maneira como se devia viver, que aquele que deixa aquilo que se faz por aquilo que deveria fazer-se aprende mais a perder-se que a salvar-se, porque um homem que queira em tudo professar o bem arruina-se entre tantos que não são bons". Não será este o maior problema da nossa sociedade? Uma total inversão dos verdadeiros valores!

Bom, apesar deste contexto eu sonho com uma realidade de ética no trabalho. O período anterior à presente crise falava-nos de um mundo de trabalho pragmático, objectivo, técnico e privado de moral, como pudemos constatar. Agora, julgo que se começa a sentir a necessidade de novos comportamentos, mais éticos, e sobretudo no ambiente de trabalho. É tempo de entrarmos na era da humanização, no primado das pessoas, em que é privilegiado o desenvolvimento da identidade pessoal nas várias experiências profissionais e empresariais. Por isso, nunca como agora, foi tão importante a atenção às relações psicológicas interpessoais, à gestão de conflitos, às técnicas de motivação e à tentativa de fortalecimento das personalidades dos colaboradores. Estará o(a) estimado(a) leitor(a) a pensar, mas primeiro temos que salvar a empresa, ter um balanço robusto e equilibrado, que permita a competitividade a médio prazo. E eu estou plenamente de acordo com essa prioridade, mas simplesmente acredito que é insuficiente se não houver uma maior consciência ética. Não podemos ver o problema como mera sobrevivência, mas também no papel que uma empresa poderá ter na expressão de talentos individuais, na realização de sonhos, alimentando motivações, força, energia e entusiasmo que poderá servir de inspiração a comportamentos éticos e tornar-se num "projecto maior", onde todos são elementos activos, onde podem crescer e desenvolver continuamente as capacidades pessoais e organizacionais. E estas mudanças têm que partir do topo. Dos gestores, dando o exemplo e incentivando uma nova cultura empresarial, que deverá ser muita mais aberta, flexível e exigente. Para isso é fundamental que se implemente uma gestão com base na meritocracia, assente no mérito das pessoas, onde as posições hierárquicas são conquistadas com base no merecimento e com uma predominância de valores associados à educação, formação e competência. Este desafio de que falamos é enorme, pois quase implica uma conversão do "coração do Homem", mas é necessário para evoluirmos e nos tornarmos uma sociedade e uma geração em que os nossos filhos e os nossos netos se orgulhem. E nunca é tarde, vejamos o recente caso de Susan Boyle, de 47 anos, desempregada, que emocionou o mundo com a sua humildade no programa "Britain's got talent". Recebida com cinismo, risos e desconfiança, pela sua modesta aparência, ela exaltou o público e calou o júri quando começou sua interpretação de ‘I dreamed a dream', do musical "Les miserables". É um exemplo claro de como a nossa sociedade faz juízos de valor antes do tempo. E isto não acontece apenas em programas de entretenimento, é usual entre grupos, em organizações, nas empresas, na política, ... faz parte das nossas vidas. Mas tem que ser erradicado.

Já reparou que o trabalho nas empresas, de um modo geral, tornou-se num lugar agressivo, mau, esgotante, fonte de angústias e depressões ? O colega é sempre um inimigo potencial, a comunicação é falseada, não é autêntica e para se fazer carreira é de algum modo necessário boicotar a dos outros colegas. Ora, há muito tempo que o trabalho já não é fonte de auto-realização, de expressão das capacidades individuais, que não é sustentado por motivações pessoais. Para inverter esta situação é necessário que no topo das empresas se comece também a dar importância a estes temas e definir como uma das principais prioridades a meritocracia.

Artigo publicado hoje no Diário Económico:

sexta-feira, julho 22, 2011

É preciso força!

Os tempos que vivemos são difíceis! Mas podem representar uma oportunidade para alterarmos o nosso modelo de vida na sua estrutura. Implica rupturas e mudanças por vezes pouco "queridas", mas necessárias. Como alguém dizia no passado, "deixem-nos governar". E acho que depois das recentes eleições temos que dar um voto de confiança ao governo. Boa sorte!

quinta-feira, abril 07, 2011

O Poder do Marketing na Decisão


Autores: Bruno Valverde Cota e Carla Rebelo

Selo Editorial: Bnomics

Tema: Marketing, Economia, Gestão

ISBN: 978 - 989 - 8184 - 80 - 1 Abril de 2011

Preço: 23,00 + IVA

Numero de Páginas: 202 Dimensões: 17 x 23 cm


Bruno Valverde Cota e Carla Rebelo acabam de lançar um novo livro, da editora bnomics, bastante pertinente no momento económico e político que vivemos - o Poder do Marketing na Decisão. É um tema oportuno tratado de um prisma inovador, num contexto de acentuada incerteza que caracteriza a tomada de decisão. Esta obra resulta do cruzamento de dois percursos profissionais distintos, mas complementares, que dedicam a sua atenção à influência das técnicas de Marketing no processo decisório, invocando as relações de causa-efeito para a compreensão da fenomenologia complexa do design da informação que suportará uma decisão. Por outro lado exploram com muito interesse a influência dos modelos mentais e cognitivos no processo de decisão.


A proposta dos autores consiste na adopção de visões distintas e técnicas suportadas quer nos princípios do marketing-mix, quer dos conceitos e técnicas oriundas de várias ciências para melhorar o desempenho e a qualidade da tomada de decisão. As Tecnologias, os Sistemas de Informação, o Business Intelligence ou outras ferramentas, são meros auxiliares, uma espécie de próteses cognitivas que o homem usa para melhorar o seu desempenho em todas as suas funções de gestão. O verdadeiro processo é pensar! É a experiência prática que nos leva a ver o óbvio, ou seja, neste caso, aquilo que, quando detectado imediatamente se qualifica como um vazio a corrigir. Sempre que se tentam relacionar temas de uma forma diferente do feito até então, dá-se espaço à inovação construtiva e enriquecimento do conhecimento. Um novo paradigma ou simplesmente uma nova tendência de organização da informação corporativa foi o que nos pareceu resultar deste livro, com uma abordagem prática, oportuna e diferente.

Os Direitos de Autor deste livro revertem para a Assistência Infantil da Freguesia de Stª. Isabel.

terça-feira, março 15, 2011

Precisamos de um Portugal melhor...

O dia das eleições legislativas está mais próximo. É o fim de uma política de anúncios, muito assente na imagem de José Sócrates, e com uma estratégia de comunicação que muitos dizem forte, mas que me parece errónea, pois cria expectativas muito elevadas, quando a capacidade de concretização, e com uma crise global a meio, fica muito abaixo do que se esperava. Lançam programas, com grande divulgação nos media e não garantem a operacionalização. Vários exemplos ao longo dos anos foram sendo identificados pela opinião pública. Ora, foi o sentimento generalizado de "logro", entre outros, para além de uma data totalmente desadequada, que levou a maioria dos portugueses a exercer o seu direito de "não votar" nas eleições presidenciais. O próximo governo deverá ter um líder que, para além da lealdade, o que poderá também ser um atalho para a mediocridade, através da recompensa de favores, privilegie fundamentalmente a capacidade intelectual, a energia com ética, o talento para motivar e o espírito crítico e de equipa.

Portugal não precisa de profissionais "de segunda", que tendem a contratar outros profissionais iguais a eles ou ainda menos qualificados e sem experiência na vida empresarial. Não queremos mais prémios automáticos para funcionários leais e muito menos que se gaste imenso tempo para contratar alguém para resolver a crise. O novo primeiro-ministro deverá rapidamente, após a tomada de posse, preencher as posições de liderança cruciais para tornar Portugal mais competitivo a médio e longo prazo. Precisamos de ter os melhores a gerir os destinos do nosso país. A situação é grave. Requer esforços redobrados e uma visão estratégica do que se pretende. A bajulação deverá ser erradicada, pois a tentação de, até os melhores, caírem nela é grande. É necessário quebrar a dinâmica de inércia, o status quo, e abrir o debate para acolher os melhores, de vários sectores, ouvir as suas ideias, mesmo as divergentes, definir um plano com a identificação de áreas estratégicas de intervenção, com objectivos mensuráveis e níveis de serviço, com medidas de implementação, resultados esperados, posicionamento a atingir, calendarização...

Ao mesmo tempo, a Função Pública deverá ser repensada, a sua missão deverá ser redefinida e ajustada às ‘best-practices' de gestão pública. O papel dos seus colaboradores deverá estar claro, terá que ser objectivo e com processos de avaliação de desempenho adequados. É urgente o desenvolvimento de programas internos que criem competências e motivem as equipas. Deverão ser promovidos estudos internos de medição do nível de satisfação e incentivadas as sugestões e reclamações dos colaboradores, com vista a uma melhoria contínua do funcionamento dos vários serviços. O Estado deverá "abrir-se também para dentro" e mostrar-lhes que cada um deles pode fazer a diferença, estando claro para todos qual o contributo que cada colaborador poderá dar para os objectivos globais da "função pública". É a única forma de se conseguir criar valor no serviço público que se presta e, consequentemente, ter também cidadãos satisfeitos e fidelizados.

Assim, para além da "força" da marca Portugal, da reputação, do marketing social, da capacidade de criar parcerias e da presença em novas formas de comunicação, parece-me evidente que o próximo governo valerá tanto, quanto os profissionais de valor, imunes à promiscuidade partidária e com provas dadas na sociedade, conseguir atrair e fidelizar. Temos um grande desafio e todos podemos ajudar!