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quarta-feira, maio 24, 2006

Internet mobiliza ‘search’ como ferramenta de marketing

Marta Diniz de Araújo in DE



O pior pesadelo de um vendedor de automóveis é aparecer-lhe um cliente que saiba mais sobre o carro que quer comprar do que o próprio vendedor.

Isto não deveria ser uma situação recorrente. Mas é-o cada vez mais. Porquê? Porque os consumidores estão cada vez mais bem informados. E a culpa é (quase) toda da Internet.

A Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM) organizou na passada semana um debate subordinado ao Search Marketing, Comunicação On-line Eficaz, tendo convidado vários oradores especialistas no tema. O objectivo foi falar sobre a melhor forma de dar visibilidade aos websites das marcas, fazendo reviver as ferramentas on-line como forma de rentabilizar e melhorar as estratégias de marketing.

Os consumidores estão cada vez mais exigentes e quando querem saber alguma coisa vão à Internet. Através da pesquisa (’search’) encontra-se tudo porque tudo, ou quase, está on-line e esta é a razão número um que leva as pessoas à Internet. Por isso é que o Google e o Yahoo! são hoje duas das mais importantes marcas do mundo. O nosso comportamento em relação à Internet está a mudar. O Messenger tem vindo a tomar o lugar do e-mail, até porque já não é aceitável esperar por um. O imediatismo é a palavra de ordem.

Dentro do mundo virtual, o ‘search’ é a área que mais rapidamente tem crescido. Outra mudança é que hoje acredita-se mais na informação que está num site do que na que a comunicação da marca divulga. O comércio também está a mudar. O Yahoo! tem 300 milhões de visitantes e 144 milhões de pessoas registadas, o que significa um potencial de marca impressionante. A nossa capacidade de acompanhar isto também está a mudar. O fenómeno dos blogs é uma pequena revolução que tem levado ao nascimento de ‘social networks’, em que se pode falar sobre as marcas, levando-as a um estatuto mais elevado ou arrasá-las por completo. A verdade é que os meios estão a mudar e já gastamos mais tempo na Net do que nos jornais e nas revistas. “Este meio vai continuar a ganhar ‘share’”, garante José Frade, director-geral da Media Contacts, do grupo Media Planning. Por isso não é surpreendente que as marcas queiram apanhar a onda do ‘search’. José Frade explica que foi em 2005 que se tornou óbvio que o ‘search marketing’ era uma importante ferramenta de marketing, sendo que é na indústria automóvel, turismo e e-commerce que ele faz mais sentido. Mas o as marcas ganham com o ‘search’? Por um lado aumentam o ‘brand awareness’, por outro vendem produtos e ambas funções são importantes. Cada vez que se visita um site há informação em movimento, explica o director-geral da Media Contacts, e é este tipo de recolha de dados que o utilizador faz que define o sucesso das marcas.

Contudo, é preciso certos cuidados com o ‘search’. Não deve, avisa José Frade, ser visto como uma ferramenta sozinha. Deve sim ser integrado numa estratégia de marketing. porque quando há, por exemplo, uma campanha de publicidade na televisão sobre um novo modelo de um automóvel é natural que depois de ver o ‘spot’ o consumidor vá ao site da marca procurar mais informação sobre o veiculo. Por isso, tudo tem que estar interligado e estruturalmente relacionado. Isto significa que planear uma estratégia de marketing não é tarefa fácil.

Algumas marcas ainda estão longe de perceber as vantagens do ‘search’. Alexandre Fonseca, presidente da Associação do Comércio Electrónico em Portugal (ACEP), conta que costuma perguntar às empresas onde estão os seus budgets de Internet: no departamento de informática ou marketing? Quando a resposta é departamento de informática, é porque a empresa ainda não está consciente da importância da Internet para o marketing.

Não é o caso da Milupa. Sven Langeneckert, director de marketing da marca, veio ao debate explicar que a estratégia de gestão do relacionamento com os clientes (’costumer relationship management’) é como um casamento: o objectivo é encontrar um parceiro ideal e mantê-lo fiel. Ou seja, em termos de marca pretende-se identificar o alvo mais rentável e mantê-lo. Nesse âmbito, faz todo o sentido ter um ‘website’ porque este é a cara da marca. “A Internet é o meio do futuro e se ocuparmos hoje o nosso espaço na Internet amanhã ele ainda será nosso. Ninguém o tira”, assegura o director de marketing da Milupa.

Os utilizadores é que mandam
No Google as regras da publicidade são um pouco diferentes do resto do mundo. Com os cumprimentos de Larry Page, um dos fundadores do mais importante motor de busca do mundo, que é um acérrimo defensor dos utilizadores. O princípio do Google diz que primeiro estão os utilizadores e só depois os anunciantes. Ou seja, o anúncio que aparece primeiro não é o que mais paga, mas o que tem mais clicks. Além disso, os anúncios ficam no lado direito da página apesar de o lado ideal para os anunciantes ser o esquerdo, já que é mais visto pelos utilizadores. De qualquer forma o search é importante para a Google. O responsável por este motor de busca em Portugal afirma que o search marketing é o único meio que dá aos utilizadores o que procuram, permitindo ao mesmo tempo medir os resultados. Na Internet sabe-se o que se gasta e o que se ganha.

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