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terça-feira, junho 03, 2008

Mude a mentalidade!






Um líder com sentido ético deve procurar constante-mente tornar o trabalho mais acessível, mais gratificante e mais produtivo.

Há quinze dias passei um fim-de-semana excelente no Vimeiro. Para começar, fiquei alojado no Hotel Golfe Mar, de três estrelas, mas com um serviço superior a alguns hotéis de quatro e cinco estrelas. Estive a convite da TopAtlântico, nomeadamente o G8, e fiquei impressionado, pela positiva, com o grande espírito de equipa e coesão daquelas pessoas do G8 (quase uma centena). Parecia que não havia coordenadores, chefes e subordinados. Eram todos membros de uma equipa. E isso era o mais importante, independentemente das hierarquias. O lema deles é ‘Yes we can 2008’. E pelo que vi estou em crer que se depender da atitude e da mentalidade daquelas pessoas vão conseguir mesmo atingir os objectivos. A minha intervenção foi sobre o Marketing Inovador e a necessidade de uma nova atitude nas empresas. Pareceu que estávamos – e, sim, estávamos mesmo -, a falar de uma mentalidade já interiorizada pelo grupo. Parabéns G8 e muito sucesso!

Mas infelizmente este caso não é generalizável ao tecido empresarial português. Por motivos culturais ainda existe muito a percepção de que nas empresas é preciso ser-se impiedoso, rude e até cínico e, na família, disponível, compreensivo e bom. Esta mentalidade tem que ser mudada. Não se deve ser falso, pois não se pode ser bom num lugar e mau noutro. Recordo H. Truman ao dizer que “liderança é capacidade de levar os outros a fazer, com gosto, aquilo que não querem”. Para se conseguir isso é preciso ter uma missão, pensar grande, envolver-se, usar o poder com inteligência e ter sentido ético. Lembro-me de Margareth Thatcher que disse que “ter poder é como ser uma dama: se tiver que explicar é porque não é…”.

Falava também há dias com um conhecido consultor que me dizia: “encontro regularmente líderes que depois de terem conquistado uma posição de poder não se colocam à disposição dos seus colaboradores, mas esperam que estes os sirvam”. Eventualmente, pensam que já se cansaram muito para alcançar a posição pretendida e defendem-na a todo o custo. Vale tudo, independentemente de qualquer princípio ético. Mas será que quem tem esta atitude não se apercebe que está a demonstrar fraqueza? É um escravo do papel assumido. São necessários líderes dispostos a “servir” os seus colaboradores e as pessoas que deles dependem. Preocupados com as organizações e não com os egoísmos pessoais. Para quem tem responsabilidade no mundo das empresas já não pode haver equívocos. É fundamental trabalhar com paixão e dedicação, realizar os talentos pessoais e facilitar os dos outros. Tal como o falecido Peter Drucker dizia, o desafio é “tornar eficazes as forças das pessoas e irrelevantes as suas fraquezas”. Assim, mesmo os colaboradores com mais dificuldades devem ser encorajados, orientados e apenas em último recurso afastados ou “encostados”.

Um líder com sentido ético deve procurar constantemente tornar o trabalho mais acessível, mais gratificante e mais produtivo. E você que está a ler este artigo e que tem responsabilidades de gestão de pessoas na sua empresa, já sentiu como é bom servir pessoas cujas capacidades até podem ser superiores às suas? Está à espera de quê? São necessárias empresas onde as pessoas não progridam por automatismos burocráticos, mas pela capacidade de trabalho e de reinventar cada dia. Empresas onde as “pessoas capazes” sejam envolvidas na decisão e onde se premeiam os trabalhadores mais inteligentes e mais capazes em termos profissionais e humanos. Lembre-se que, como diz o ditado, “o peixe apodrece pela cabeça”. Chegou a hora de mudar. Descubra a sua vocação para com os outros, a sua marca, o seu estilo. Aquilo que lhe pertence e que pode ser “posto” ao serviço da sua empresa e dos seus colaboradores. Lembre-se que um líder deve ser sempre o primeiro a mostrar confiança e a ser um verdadeiro exemplo. Desenvolva os seus talentos e os dos seus colaboradores trabalhando em equipa. E vencerão juntos…


In Diário Económico - 17/4/2008

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