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quinta-feira, março 08, 2007

…e o futuro está já aí!


O tempo passou depressa… e quando me apercebi… passaram seis meses desde o início desta coluna. Aliás, o mundo como vimos diariamente está em constante mudança. As empresas todos os dias mudam e se adaptam. As pessoas constantemente aprendem e se transformam. A vida muda. Os objectivos e as preocupações mudam. Mas, ainda bem que assim é! Tudo isto, o bom e o mau, faz-nos crescer, amadurecer e no fundo, para mim, o importante é continuar a caminhar, a construir, a fazer coisas.

Neste momento particular, gostaria de recordar as palavras de José Martí, apóstolo e mártir da independência de Cuba, que escreveu que “o homem durante a sua vida deve plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro”. Ora, eu já plantei algumas árvores, escrevi vários livros e recentemente tive também a felicidade e o prazer de sentir o amor de pai. A vida muda… e se muda! Por exemplo, é a primeira vez que escrevo um artigo de opinião com “música de fundo”. Mas o prazer e a emoção são acrescidos. É o que acontece quando se trata de crianças. Para as empresas é indiscutível que as crianças hoje constituem um enorme “mercado” potencial. E, ainda mais, interessante é que pode ser visto como três “mercados” distintos: um mercado actual, primário (gastam o seu próprio dinheiro na satisfação das suas próprias necessidades), um mercado de influência (levam os pais a consumir, de acordo com as suas necessidades) e um mercado futuro (para todos os bens e serviços).

Sendo assim parece-me relevante elencar algumas tendências que tornam este mercado apetecível:
a) Existem mais fontes de rendimento por criança: muitas mulheres integraram a vida activa;
b) Existem menos crianças por família: a taxa de fertilidade era de 3.0 crianças por mulher em 1966, desceu para 2.2 em 1982 e em 2005 era de 1.47;
c) Os pais são mais velhos e, geralmente, com mais posses: os pais tendem a ter filhos mais tardiamente (sobretudo pelo facto das mulheres darem prioridade às suas carreiras numa primeira fase) e têm-nos numa fase em que já se encontram mais “folgados” economicamente, acabando por dar mais importância às crianças;
d) As famílias “fracturadas” são cada vez mais frequentes, logo as crianças recebem geralmente um maior número de presentes e uma maior quantidade de dinheiro (dos diversos conjuntos de pais e avós);
e) As famílias mono-parentais são também cada vez mais frequentes (passaram de 204 mil em 1992 para 274 mil em 2004), o que leva a que as crianças atinjam uma maturidade como consumidores mais cedo (tornam-se independentes e auto-suficientes mais cedo em termos de compras) e possam ter uma fonte de rendimento adicional;
f) Os avós tornam-se mais importantes e presentes na vida das crianças, na medida em que os pais se encontram ambos a trabalhar ou que só existe um dos pais: verifica-se que os avós em média tendem a gastar mais por cada criança que os seus pais;
g) Observa-se um crescimento do “sentimento de culpa” por parte dos pais, mais ausentes por se encontrarem a trabalhar ou por serem divorciados ou sozinhos, que os faz gastar mais com as crianças que no passado;
h) Os pais preocupam-se mais com o futuro dos seus filhos, sobretudo devido à incerteza do ambiente económico, e gastam mais em actividades extra-curriculares, em formação adicional, entre outros.

E você, na sua empresa, está atento à importância deste segmento? O futuro está já aí…

Artigo publicado hoje no Jornal de Negócios

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