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quinta-feira, julho 26, 2012

Precisamos de Endomarketing na Banca!

Este ano tem sido marcado pelas questões financeiras, pela austeridade, pelos indicadores económicos. Aliás, esteve em causa a sobrevivência do sector financeiro. Felizmente, em Portugal, a maioria das instituições financeiras souberam sempre fazer bem o trabalho de casa e neste momento, mesmo aquelas que estavam em situação mais complexa, começam a encontrar rumo.

Todavia, é um campo que não dá descanso, pois depende também muito dos acontecimentos externos… e o fenómeno Grécia não tem ajudado! Mas se de um ponto de vista analítico e financeiro estamos “em processo” e sem dúvida em “boas mãos”, as instituições financeiras ainda têm um longo caminho a percorrer na sua orientação para as Pessoas, para os Colaboradores. E o que é curioso, mesmo para aqueles mais analíticos, uma organização que incentive os talentos individuais, a realização de sonhos, alimentando motivações, força, energia e entusiasmo, criará maior valor para todos os Stakeholders, e a médio prazo gerará melhores resultados.

Um dos maiores desafios que as instituições financeiras têm do ponto de vista organizacional nos próximos anos, não é financeiro, é de endomarketing. Uma nova orientação de Recursos Humanos, aliada a uma visão de Marketing com recurso a técnicas de comunicação interna. Para isso ser exequível, a equipa responsável por este desafio terá de servir de inspiração a comportamentos éticos e tornar-se num "projecto maior", onde todos são elementos activos, onde podem crescer e desenvolver continuamente as capacidades pessoais e organizacionais. E estas mudanças para acontecerem têm que partir com o apoio do topo. Dos gestores, dando o exemplo e incentivando uma nova cultura empresarial, que deverá ser muita mais aberta, flexível e exigente.

Para isso é fundamental que se implemente uma gestão com base na meritocracia, assente no mérito das pessoas, onde as posições hierárquicas são conquistadas com base no merecimento e com uma predominância de valores associados à educação, formação e competência. Cada colaborador tem que sentir que a instituição financeira o permite ser autêntico, viver o que realmente é, ser criativo e inspirador. O discurso e a mensagem da comunicação interna têm que mudar. Dá-se demasiada importância à cultura do Powerpoint e o negócio, e os Clientes ? Quem é que todos os dias dá a cara pela instituição financeira ? Quem é que faz uma gestão relacional com os Clientes ? Todos são importantes e todos são bem-vindos, independentemente da função e da categoria, desde que queiram trabalhar e ultrapassar os seus limites, querendo dar sempre mais e melhor à instituição. Têm é que ser criadas oportunidades para as Pessoas expressarem os seus talentos. Como é que isto se faz ? A resposta não é simples, depende da realidade de cada instituição, mas partilho algumas reflexões, que serão aprofundadas nas próximas edições da revista Inforbanca, que se baseiam em experiências internacionais de outros bancos e algumas leituras sobre esta temática.

1)Torna-se imperioso o desenvolvimento de Competências de Marketing e “Intelligence” sobre os Colaboradores.

2)Novos e melhores instrumentos de Medição e avaliação de RHs são necessários.

3)Como reduzir custos de RHs, sem retirar benefícios a colaboradores é o caminho. E não o contrário!

4)Implementar uma abordagem relacional segmentada com os colaboradores. Gestores de Recursos Humanos precisam-se!

5)Incentivar uma formação Selectiva, costumizada gerando VAL positivo, em detrimento de uma formação massificada, apenas para as estatísticas.

Em suma, todos nós estamos a viver tempos que nunca vivemos. Novos desafios, mas novas oportunidades. Oportunidade de sermos lideres de nós próprios, de termos iniciativa em prole da instituição financeira, inclusive de nos rirmos de nós próprios. Isto significa que as instituições financeiras têm um caminho organizacional a percorrer, mas também que cada colaborador é determinante para o sucesso no destino desse caminho. Basta ter vontade de expressar o que se tem de melhor, em cada momento, ser ambicioso e “o melhor” naquilo que se faz, investir na aprendizagem, como também nas relações interpessoais e procurar fazer o trabalho com paixão, expressando os talentos, de forma inspiradora. Não tenho dúvidas que o Cliente e o Accionista serão os principais beneficiados. Boas férias de Verão.

Artigo publicado na Revista Inforbanca de Julho.

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