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quinta-feira, março 06, 2008

A evolução do Marketing Cultural


“O marketing cultural é toda acção de marketing que usa a cultura como veículo de comunicação para difundir o nome, produto ou fixar imagem, de uma empresa patrocinadora. Para se fazer marketing cultural não há uma fórmula específica, pois há variáveis que, conforme combinadas, podem resultar numa excelente acção de marketing. O que manda é a criatividade.”

No composto de marketing, mais especificamente, dentro do Marketing Mix, o marketing cultural, considerado como um patrocínio de eventos culturais, está inserido na variável de Comunicação. Por sua vez, dentro do mix de comunicação, o Marketing Cultural insere-se na vertente de Relações Publicas.

Hoje em dia as empresas têm cada vez mais dificuldade em encontrar novas e eficazes formas de comunicar com os seus clientes. É claro que cada vez torna-se mais difícil diferenciar as marcas e diversificar o mix de comunicação das empresas de forma a transmitir valores únicos e intrínsecos que as caracterizam.

Neste sentido, aparece o marketing cultural como alternativa para atingir os objectivos de comunicação corporativa e construção da marca, sendo uma estratégia já utilizada com sucesso por muitas empresas do mundo inteiro, incluindo Portugal. Os patrocínios e as colaborações de empresas, direccionados para as artes, tornam-se em compromissos duradouros que criam ganhos paras ambas as partes.

Ao patrocinar um projecto cultural a empresa consegue diferenciar-se da concorrência a partir do momento em que adopta determinados valores relativos àquele projecto, como a tradição, a modernidade, a competência, a criatividade, etc. Também amplia a forma como se comunica com seu público alvo e mostra para a sociedade que não está direccionada unicamente em torno de si mesma, do seu lucro e dos seus negócios.

O Marketing Cultural não nasceu da noite para o dia, evolui, como tudo. Num sentido histórico, o mecenato aparece como a primeira forma de associação entre o capital e as artes.

No inicio da era cristã nasce a expressão mecenato como referência a Gaius Maecenas, grande articulador das ligações entre o Estado Romano e o mundo das Artes. Maecenas inspirou o imperador romano Caiu Augusto a proteger criadores, a apoiar a arquitectura clássica romana e a patrocinar artistas e escritores.

No renascimento as famílias aristocratas, assim como os reis e membros do clero, incentivavam produções artísticas como forma de expressão do seu poder junto da sociedade onde estavam inseridos.

No século XX, a associação entre capital e as artes está relacionada com a imigração inglesa para os Estados Unidos. Os imigrantes vindos da Inglaterra fazem rapidamente fortuna, mas não se conseguem inserir na sociedade e conquistar reconhecimento social. Por isso, decidem apoiar as artes como mecanismo de legitimação junto à comunidade onde actuavam.

“Para vários autores, o verdadeiro início da participação das empresas na produção artística remonta à década de 60, quando os donativos passaram a acrescer de forma directamente proporcional à elevação do facturamento das empresas. David Rockefeller pode ser considerado o grande pioneiro nesta área” .

Hoje em dia, o investimento em marketing cultural por parte das empresas já se consolida como uma pratica eficiente de gestão e comunicação. Associar a marca de uma empresa a projectos culturais consistentes e de grande visibilidade é uma estratégia inteligente, principalmente em mercados onde a competição entre as empresas é tão grande quanto a competição entre campanhas publicitárias e os meios de comunicação.

O retorno institucional alcançado através do investimento em cultura é superior ao proporcionado pela média convencional por agregar valores especiais e diferenciados à marca, gerando forte identificação junto aos públicos relevantes.

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