As organizações burocráticas como as Universidades deparam-se com 3 tipos de problemas:
Problema da Coordenação: a Universidade baseia-se na especialização das capacidades dos seus profissionais e na compartimentação das actividades em disciplinas como forma de organização. Num ambiente mais dinâmico, esta compartimentação deixa de ser eficaz pois não consegue acompanhar facilmente a evolução das disciplinas científicas e da realidade económico-social, a qual exige novas formas de coordenação e flexibilização dos recursos científicos.
Problema da Inovação: a compartimentação das actividades e competências na Universidade torna difícil o desenvolvimento de novos programas de ensino e de projectos de investigação interdisciplinares, os quais, na maior parte das vezes, exigem a cooperação entre várias áreas científicas. Este é um dos problemas principais da Universidade moderna.
Problema da Responsabilidade Individual: o grau de autonomia e responsabilidade do académico na Universidade é tão elevado que existem poucas formas de controlo, em relação ao trabalho desenvolvido pelo académico e ao seu esforço em se actualizar cientificamente. Dado o elevado ritmo de desenvolvimento dos conhecimentos científicos, a Universidade deve criar condições e promover a actualização do seu corpo docente, o qual constitui o seu mais importante recurso.
A partir deste princípio central foram definidos 14 princípios de organização e gestão da Universidade. É importante ordenar estes princípios, sendo útil distinguir os princípios de organização (que permitem definir a estrutura base do modelo organizativo proposto para a Universidade) dos princípios de gestão (que representam as práticas e mecanismos a implementar de modo a criar condições para o bom funcionamento desse modelo)[Santo, 1997; Conceição et al, 1998; Grillo, 2000].
Problema da Coordenação: a Universidade baseia-se na especialização das capacidades dos seus profissionais e na compartimentação das actividades em disciplinas como forma de organização. Num ambiente mais dinâmico, esta compartimentação deixa de ser eficaz pois não consegue acompanhar facilmente a evolução das disciplinas científicas e da realidade económico-social, a qual exige novas formas de coordenação e flexibilização dos recursos científicos.
Problema da Inovação: a compartimentação das actividades e competências na Universidade torna difícil o desenvolvimento de novos programas de ensino e de projectos de investigação interdisciplinares, os quais, na maior parte das vezes, exigem a cooperação entre várias áreas científicas. Este é um dos problemas principais da Universidade moderna.
Problema da Responsabilidade Individual: o grau de autonomia e responsabilidade do académico na Universidade é tão elevado que existem poucas formas de controlo, em relação ao trabalho desenvolvido pelo académico e ao seu esforço em se actualizar cientificamente. Dado o elevado ritmo de desenvolvimento dos conhecimentos científicos, a Universidade deve criar condições e promover a actualização do seu corpo docente, o qual constitui o seu mais importante recurso.
A partir deste princípio central foram definidos 14 princípios de organização e gestão da Universidade. É importante ordenar estes princípios, sendo útil distinguir os princípios de organização (que permitem definir a estrutura base do modelo organizativo proposto para a Universidade) dos princípios de gestão (que representam as práticas e mecanismos a implementar de modo a criar condições para o bom funcionamento desse modelo)[Santo, 1997; Conceição et al, 1998; Grillo, 2000].
A) Princípios de Organização para a Universidade
(Adaptado de Santos [1997] e Conceição et al [1998])
1º - Princípio da Estrutura de Base Disciplinar
A Universidade deve organizar a sua base científica em departamentos, sendo estes formados por um grupo de académicos que desejam desenvolver competências científicas numa área disciplinar afim.
1º - Princípio da Estrutura de Base Disciplinar
A Universidade deve organizar a sua base científica em departamentos, sendo estes formados por um grupo de académicos que desejam desenvolver competências científicas numa área disciplinar afim.
2º - Princípio da Organização por Actividades
Devem existir estruturas específicas que se responsabilizem pela organização das actividades de ensino e de investigação, e que sejam independentes da estrutura de poder departamental.
3º - Princípio da Ligação à Sociedade
Deve existir um Órgão da Universidade, afastado dos equilíbrios de poder internos e dotado de poderes efectivos, que faça a ligação à sociedade e assegure a autonomia e responsabilização da Universidade.
4º - Princípio da Diferenciação Organizativa do Ensino e Investigação
As actividades de ensino e as actividades de investigação exigem estruturas organizativas e formas de coordenação de carácter distinto.
5º - Princípio da Coordenação e Participação na Organização do Ensino
As actividades de ensino devem ter unidades orgânicas próprias, com alguma centralização de decisões na componente organizativa e funções de coordenação na componente pedagógica e curricular. Deve existir a participação de alunos nestas unidades.
6º - Princípio da Descentralização Organizativa nas Actividades de Investigação
As actividades de investigação devem funcionar de forma descentralizada, tendo como base os projectos e equipas de investigação, existindo adicionalmente uma unidade orgânica que assuma as funções de facilitadora das actividades de investigação.
7º - Princípio da Administração Profissional
As estruturas de suporte da Universidade devem ser geridas por pessoal técnico especializado, sob a coordenação de pessoal académico nomeado para o efeito.
B) Princípios de gestão para a Universidade
(Adaptado de Santos [1997] e Conceição et al [1998])
1º - Princípio do Desenvolvimento dos Recursos Docentes
O desenvolvimento e promoção do corpo docente da Universidade deve privilegiar de forma equilibrada o ensino e a investigação, garantindo a estabilidade necessária à livre prossecução do ideal académico mas exigindo a dedicação, dinamismo e responsabilidade compatíveis com a dignidade da profissão académica.
1º - Princípio do Desenvolvimento dos Recursos Docentes
O desenvolvimento e promoção do corpo docente da Universidade deve privilegiar de forma equilibrada o ensino e a investigação, garantindo a estabilidade necessária à livre prossecução do ideal académico mas exigindo a dedicação, dinamismo e responsabilidade compatíveis com a dignidade da profissão académica.
2º - Princípio da Flexibilidade Organizativa
A estrutura departamental da Universidade deve ser flexível e os departamentos deverão promover mecanismos de interrelacionamento e assegurar a abertura ao exterior através da promoção da participação em redes formais e informais.
3º - Princípio da Estratégia Emergente
Os líderes da Universidade devem definir e comunicar uma visão para a instituição. A estratégia da Universidade deverá emergir naturalmente pela actuação espontânea do corpo docente e dos outros elementos da Universidade.
4º - Princípio da Avaliação pelos Resultados
A avaliação que os grupos de interesse internos e externos fazem sobre os benefícios da actividade universitária deve influenciar o processo de tomada de decisões na Universidade.
5º - Princípio do Financiamento às Actividades
A origem dos recursos financeiros da Universidade são as actividades, pelo que a afectação de recursos às estruturas deve depender do contributo destas para as actividades.
6º - Princípio da Gestão das Actividades de Ensino
Os departamentos devem ceder recursos docentes para as actividades de ensino mediante um sistema de ajustamento mútuo entre os responsáveis pelo ensino e os responsáveis departamentais, o qual deve ser complementado por um mecanismo de incentivos com implicações na afectação de recursos.
7º - Princípio da Autoridade pelo Conhecimento
A principal origem da autoridade na Universidade é o conhecimento.
O modelo organizacional desenvolvido privilegia a interdisciplinaridade e flexibilidade da organização universitária, concebendo uma organização que desenvolve autonomamente as actividades de ensino e investigação a partir da base de competências científicas representadas pelos departamentos [Santos, 1997; Conceição et al, 1998].
Assim, o modelo pressupõe uma Universidade do tipo integrado que não esteja dividida em faculdades autónomas. A integridade da Universidade é importante para garantir a interdisciplinaridade e as sinergias no desenvolvimento das actividades.
Para uma Universidade de âmbito científico universal, Santos defende uma divisão em unidades que se concebam autónomas – faculdades ou escolas, entre as quais o potencial de sinergias e interdisciplinaridade seja muito reduzido. Neste caso, o modelo organizacional proposto é aplicado a cada uma das unidades e não à Universidade como um todo e a unidade orgânica central assume uma função meramente coordenadora.
Por outro lado, não se deve realizar uma divisão em demasiadas unidades autónomas, pois o âmbito científico de actuação de cada unidade passa a ser tão específico que se perde o potencial de interdisciplinaridade, criando-se escolas universitárias demasiado pequenas e muito condicionadas na sua capacidade de actuação.
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Bibliografia: igual à da Parte I e II.
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